Diferença
da Surdocegueira e Deficiências Múltiplas (DMU) e as semelhanças nas
estratégias de ensino
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No que se diferenciam a surdocegueira
e a DMU?
A surdocegueira é uma deficiência única e por isso não é considerada
deficiência múltipla. Através das leituras foi possível perceber que a
surdocegueira não é a junção de uma pessoa surda e cega, pois utiliza de
métodos que os surdos e os cegos se aprimoram na sua educação, mas as
necessidades especiais básicas são outras, quando se trata da comunicação e na
parte de orientação e mobilidade. Está dividida em quatro categorias: pessoas
que eram cegas e se tornaram surdas, eram surdas e se tornaram cegas, as que se
tornaram surdocegas ou as que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente
e não tiveram a oportunidade de desenvolver a linguagem, habilidades
comunicativas ou cognitivas nem base conceitual sobre a qual possam construir
uma visão de mundo.
Segundo o MEC/SEESP, 2002, são consideradas pessoas com deficiência
múltipla, aquelas que “têm mais de uma deficiência associada. É uma condição
heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações
diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o
funcionamento individual e o relacionamento social”.
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Quais são as necessidades básicas
deles?
De acordo com Nunes (2002), as necessidades das pessoas com DMU e
surdocegueira são físicas e médicas, como limitações sensoriais (visual e
auditiva), convulsões, controle respiratório e pulmonar, problemas com
deglutição e mastigação, saúde mais frágil com pouca resistência física.
Necessidades de afeto, atenção, interação com o meio e com o outro,
desenvolvimento das relações sociais e afetivas e precisa estabelecer uma
relação de confiança. Também há as necessidades educativas devido a limitações
ao acesso ao ambiente, dificuldade em se concentrar e interpretar as
informações.
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Quais as estratégias utilizadas para
a aquisição de comunicação?
Para favorecer a eficiência da transmissão e interpretação para as
pessoas com surdocegueira e/ou com deficiência múltipla, a comunicação é
dividida em receptiva e expressiva. A comunicação receptiva ocorre
quando alguém recebe e processa a informação dada por meio de uma fonte e
forma, seja ela a escrita, Libras, etc, no entanto a comunicação receptiva
requer que a pessoa que está recebendo a informação consiga interpretar e
compreender a mensagem transmitida independente do meio. A comunicação
expressiva requer que um comunicador passe a informação para outra
pessoa que pode ser realizada por meio do uso de objetos, gestos, movimentos
corporais, fala, escrita, figuras, e muitas outras variações.
A comunicação é estabelecida como uma forma de interação em que o
significado é transmitido por meio do uso de sinais, que são percebidos e
interpretados por um dos pares.
A comunicação inicial da pessoa com surdocegueira é pelo movimento
corporal e vocalizações, precisam aprender por rotinas organizadas como, a
caixa de antecipação.
As atividades devem ocorrer de maneira multisensorial para garantir
aproveitamento de todos os sentidos, é necessário um ambiente reativo, o qual
responda a iniciativa das pessoas com DMU. Seu tempo de resposta deve ser
respeitado e a habilidades de fazer escolhas deve estar dentro de suas
atividades programadas.
O trabalho em equipe é essencial para um bom desenvolvimento das pessoas
com DMU, a colaboração da família bem como os profissionais de outros serviços.
Todos devem trabalhar visando a independência da pessoa ensinando ter autonomia
para sua vida.
Referências:
IKONOMIDIS, Vula Maria. Deficiência Múltipla Sensorial, UFC, 2014.
MAIA, Shirley Rodrigues. Aspectos importantes para saber sobre a
surdocegueira e deficiência múltipla, São Paulo,2011.
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