A audiodescrição
A audiodescrição é um recurso
de tecnologia assistiva que permite a inclusão de pessoas com deficiência
visual junto ao público de produtos audiovisuais. O recurso consiste na
tradução de imagens em palavras. É, portanto, também definido como um modo de
tradução audiovisual intersemiótico, onde o signo visual é transposto para o
signo verbal. Essa transposição caracteriza-se pela descrição objetiva de
imagens que, paralelamente e em conjunto com as falas originais, permite a
compreensão integral da narrativa audiovisual. Como o próprio nome diz, um
conteúdo audiovisual é formado pelo som e pela imagem, que se completam. A
audiodescrição vem então preencher uma lacuna para o público deficiente visual.
A audiodescrição acontece ao
mesmo tempo em que a imagem aparece na tela, entre o conteúdo verbal ou as
falas do produto audiovisual, e em sincronia com outras informações sonoras
deste produto, ou seja, uma risada, uma porta batendo ou um tiro. Desta forma,
a audiodescrição não se sobrepõe ao conteúdo sonoro principal do filme, mas
trabalha com ele no sentido de proporcionar o melhor entendimento possível de
uma cena.
A audiodescrição pode ser
pré-gravada, ao vivo ou simultânea. A AD pré-gravada exige um roteiro detalhado
para que seja gravado em estúdio e mixado à banda de áudio do produto
audiovisual. Geralmente, a AD pré-gravada é aquela que podemos encontrar nas
salas de cinema e em alguns programas de televisão. Já a AD ao vivo, como o próprio
nome diz, acontece in loco, ou seja, ela não é gravada, mas narrada no momento
em que o produto audiovisual está sendo apresentado. Ela é usada em festivais
de cinema, peças de teatro, óperas e espetáculos de dança. Apesar de ser ao
vivo, a AD é roteirizada antes do evento cultural, e cabe ao
audiodescritor-locutor acompanhar o tempo real do evento. Por último, AD
simultânea também acontece ao vivo, porém sem preparação alguma. Em programas
de TV ou noticiários ao vivo, por exemplo, não é possível prever o que será
falado ou filmado. Assim, o roteiro não existe e o audiodescritor-locutor terá
que ser hábil e rápido o suficiente para descrever imagens que lhe são
apresentadas pela primeira vez.
Seja pré-gravada, ao vivo ou
simultânea, a audiodescrição chega ao público deficiente visual através de
fones de ouvido, como os usados na interpretação simultânea, que devem ser
disponibilizados nas salas de cinema e teatro. Na televisão, o simples toque na
tecla SAP ou MTS faz com que a audiodescrição fique audível para o espectador
deficiente visual.
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